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terça-feira, 12 de abril de 2011

Violência

Após a tragédia ocorrida no Rio, quando um psicopata matou doze crianças em uma escola, vieram logo os defensores do desarmamento para frente das câmeras. Só não consegui até agora foi entender que relação tem uma coisa com a outra.

Suponhamos que não existissem armas de fogo no país, o psicopata iria desistir de seu intento? Talvez usasse uma bomba, ou uma faca ou um pedaço de metal. E se houvesse maior segurança na escola? Talvez ele esperasse as crianças saírem ou mataria qualquer pessoa na rua (aliás, leiam essa reportagem). O que quero dizer é que ele já havia feito a escolha pela macabro e isso não tem nada haver com a violência do dia-a-dia e com o fato de pessoas honestas comprarem armas.

O presidente do Senado resolveu defender um outro referendo sobre desarmamento (sempre que ele abre a boca, o cidadão precisa se cuidar), no que foi seguido por outras autoridades. O Ministro da Justiça (ele existe!) afirmou que sempre que há uma campanha de desarmamento o crime diminui. Será?

Vamos olhar o mapa da violência publicado pelo próprio MJ.

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Essa é a taxa de homicídios no país. Veja que ela realmente diminuiu, corroborando a fala do Ministro. Mas vamos recorrer a outra tabela.

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Reparem que em São Paulo houve uma redução de estrondosos 56%, como o estado tem a maior população da federação, logo se vê o impacto nos números nacionais. Agora, ao contrário, os números do Nordeste e Norte, pioraram muito. Acho que o desarmamento  por lá não deu resultado, seguindo a mesma lógica.

É fácil saber o que move esses pensamentos. Primeiro, é preciso dar uma resposta rápida à sociedade, e, segundo, porque essa ideia encontra facilmente eco. Como podemos observar nas declarações da OAB (sim, protejam-se) e da Viva Rio (ONG, sempre eles).

Só preciso de algumas respostas: os bandidos vão entregar suas armas? A polícia tem como garantir que elas não chegarão aos meliantes? Não estaremos ajudando a criminalidade, uma vez que os bandidos saberão que as pessoas de bem não têm armas? Não estaremos empurrando pessoas honestas para agirem contra a lei?

Bem, nos EUA a taxa de homicídios é de seis por cem mil. E lá, comprar uma arma é tão fácil quanto se achar mosquitos da dengue no Rio. Como se pode perceber, a causa-efeito é outra. O que precisamos é prender aqueles que cometem crimes. Parece óbvio, mas nessas terras tupiniquins tudo é possível.

Não há dúvida de que mais uma vez o “não” vai vencer se houver outro referendo, duvido que a população vá acreditar apenas no governo pra se proteger. E vale lembrar: comprar armas por aqui não é tão trivial, pelo menos pelos meios legais.

Na questão da segurança pública está mais do que na hora de o governo ser mais competente.

Um comentário:

  1. Concordo com vc. Acho que algumas pessoas usam o momento trágico para levantar questões polêmicas que, talvez, sirvam apenas para esconder outras, como as contratações decorrentes da Copa 2014.
    Escrevi um artigo relacionado a isso: http://www.licitaecontrata.com/2011/04/o-que-tem-ver-as-licitacoes-e-o.html

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